sexta-feira, dezembro 22, 2006

Quebrando paradigmas

Por Geraldo Luiz dos Santos Lima Filho
Extraído do site www.mixbrasil.com.br

O modo pelo qual a nossa noção moderna de tempo (chronos) funciona é extremamente tentador. Por um lado, permite uma fuga - muitas vezes inadequada e causadora de ansiedades - do tempo do universo (kyros). Por outro lado, permite organização, nova tomada de fôlego e a possibilidade de fazermos um balanço do ano que passou, além de uma série de promessas para o período seguinte (ou seja, as resoluções de Ano Novo).

Gostaria de propor aqui algo diferente. Este ano, por que não fazer o balanço, mas, depois, algo mais inusitado? Que tal fazer resoluções “de ano velho”?

Não seria interessante pensar em tudo o que você já desejou para os anos novos e jamais cumpriu e, desta vez, dar uma boa olhada? Sem culpa, sem pressão, sem ressentimentos. Por exemplo, analisar o que de fato fez falta e quanta falta fez e para que serviria hoje.

Que tal ver se esta resolução antiga agora amadureceu no útero da vida e, neste momento, pode ser concretizada? De repente, ao invés de inventar uma resolução nova em folha, mas irrealizável, para 2007, não seria mais legal reciclar algo que foi utópico há alguns anos, mas agora é prático e viável? Algo que está preparado para nascer após a gestação?

E que tal pensar naquilo que você gostaria de fazer e sabe que, com um esforço razoavelmente humano, é possível atingir?

Em 2005, era ideal parar de fumar. Em 2007, pode ser fato.

Lembro que objetivos ambiciosos demais podem também ser desalentadores. Muitas vezes, eles não trazem incentivos porque não se tem aquele prazer gostoso do sabor de estar realizando algo. E, justamente assim, são deixados para traz e esquecidos.

É preciso ir aos poucos.

Por exemplo, imagine que você vive em um castelo muito bagunçado. No dia 31 de dezembro, você se promete organizar tudo. Chega o dia 1º de janeiro e... é tanto trabalho que você até quer começar, mas acaba deixando para depois porque nem sabe por onde iniciar. E jamais o faz...

No entanto, se você fizer o plano de limpar uma gaveta por dia, é mais provável que atingirá o seu objetivo. Estará mais organizado e sentirá o prazer diário de estar realizando alguma coisa. Ficará sempre motivado.

Por outro lado, por que não, simplesmente, decidir ser melhor do que se é hoje no ano que se inicia? Menos apegado? Menos intolerante? Mais amigo? Mais responsável? Um verdadeiro construtor de um mundo melhor?

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Neon Bible

A fantástica banda Arcade Fire anunciou o lançamento do seu segundo álbum para março ou abril do ano que vem, e por enquanto, disponibilizaram o single "Intervention" no site Neon Bible de uma forma mais que interessante: ao invés do usual download o que você tem é o número 1-866-NEONBIBLE, para onde você liga e ouve a música, que por sinal é ótima e que dá sinais de que valeu a pena esperar pelo novo álbum. Arcade Fire é aquela coisa: tristeza e felicidade em simbiose. E eu simplesmente adoro.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Memórias relâmpago de uma sexta-feira ao som de Hot Chip

Você com certeza já encontrou aquela pessoa que, à primeira vista, mexe totalmente com você. E durante os segundos que os olhos se encontram, você consegue enxergar aquela pessoa por inteiro, todas as suas intenções, e as palavras nem precisam existir. São momentos que duram alguns segundos, às vezes até menos. As mãos se juntam e tudo pode ser perfeito... a não ser pelo fato de que você está tão louco que logo desencana e vai atazanar outras e outros na pista de dança. Agora resta ficar ouvindo "Colours" do Hot Chip, com um sorriso no canto da boca, pensando na cena (e em algumas outras, claro) e no próximo encontro, que devido a minha obsessão clássica, com certeza vai acontecer.

É hoje!

Veredas



As coisas andam meio tumultuadas ultimamente e pouco tempo está sobrando para atualizar este blog. Mas parece que tudo que queria acontecer em 2006 e não aconteceu ainda está tentando acontecer! Semana passada o escritório entrou em um processo de concorrência para duas campanhas que precisam ser finalizadas ainda em 2006. Ganhamos 2/3 desta concorrência e um novo cliente! Bom, no dia seguinte ficamos sabendo que o novo cliente foi comprado por uma multinacional suíça e que as coisas ficariam meio indefinidas. A campanha continuou de pé, ainda estamos correndo para fechar tudo até dia 22, mas quanto ao novo cliente, talvez ele vire um novo-novo cliente logo mais. Basicamente a semana passada foi marcada por noites varadas no escritório, ensaios para a apresentação do teatro, pela tentativa mal-sucedida de assistir "O Crocodilo" e não dormir, pela tentativa mal-sucedida de ver Jens Lekman no StudioSP e também não conseguir, já que estava lotado. Por alguns chopps para por o papo em dia com a Stelinha, e foi isso. Mas eis que a sexta-feira chegou.

Sexta era o dia do show do El Perro del Mar no SESC Vila Mariana, para o qual eu estava ansioso. É uma banda sueca que ninguém ouviu falar e tudo o mais, aquela coisa. Mas eu estava ansioso para ver e ouvir a sublime Sarah Assbring. O show foi curtíssimo, cerca de 50 minutos, num auditório ridículo de pequeno e eles estavam ultra nervosos. Foi um show estranho, parecia apresentação de colégio. Mas foi gostoso! Que voz deliciosa! A ocasião serviu para encontrar a Suzzan, uma alemã que conheci pelo velho e bom CouchSurfing. Ela está morando no Brasil e fazendo estágio na Câmara de Comércio Europeu - gente boa, gostei dela. E eis que na saída do show do El Perro...

Uma funcionária do SESC nos aborda perguntando se queremos assistir o show do Barbatuques, grátis. Como é? Grátis? Claro! E lá fomos todos nós - Suzz, Mitch, Gil e eu - ver as impossibilidades sonoras do grupo e convidados. E, com exceção da Badi Assad, nem precisava ter convidado nenhum, por exemplo o Chico César, que só fez estragar a apresentação dos caras. Mas o show foi ótimo, e se você não conhece, não perca a próxima oportunidade. Depois de Barbatuques...

Ainda restava tentar ir ao show do Erlend Öye, do Kings of Convenience, no StudioSP, uma espécie de acústico/voz e violão já que a banda não veio. Já estava meio bodeado por quarta não ter conseguido entrar por causa da lotação, mas voltei a tentar e sexta-feira estava sussa. Mitch e eu fomos para lá por volta da meia-noite, o show tinha começado, e o cara é uma figura completa - totalmente à vontade, fazendo brincadeiras, bem performático. E Kings of Convenience é aquela coisa né... som para ouvir com aquela preguiça característica de dias chuvosos e frios... ou só frios, à la Noruega. Depois de "I'd rather dance with you", "Stay out of trouble" e "Homesick" satisfazerem totalmente minha vontade louca de ir a esse show, o cara ainda saca uma "Heaven knows I'm miserable now" com toda aquela melancolia do Kings. De matar. Lá encontramos a Alê, a Angélica e alguns amigos delas que não conheço, e depois do show, entre um pulo ou outro na pista para matar minha vontade de dançar Gossip, o papo rolou solto até às 3h. E depois de três caipiroskas (como me alertou o barman, muito bravo, pois eu ficava pedindo caipirinha com vodka) e um saquê, lá vou eu...

Para o aniversário da Lukka, na D-Edge. E foi aí que o negócio começou a desandar. Encontrei um monte de gente, mas a Lukka que é bom, só fui encontrar no final e ela nem lembra que fui na festa, de tão... enfim, deixa pra lá. Mas ela foi embora e me deixou encarregado de acabar com 3 garrafas de champagne. Que tarefa difícil! Logo fiquei conversando com um amigo do Chris e matamos as três garrafas! E o melhor, ainda lembro o teor da conversa! Huh! Imbatível! Depois encontrei mais uns 3 conhecidos, papos rápidos e eis que... The boy from Milwalkee ataca novamente face à invasão de hologramas que aconteceu na balada! Às seis horas descolei uma carona para casa, paguei e quando sai da balada com o Gil...

A carona tinha ido embora. Pegamos o táxi e fomos para casa. No portão de casa, baixou outro exu e tivemos que desencanar de ir dormir, não sem antes dar uma passada na Loca para espeirar a poeira estelar baixar. Encontrar mais conhecidos, descolar mais bebida free até a hora de ir embora, dançar que nem um louco e ir para casa, descansar, às 10h da manhã. E esse foi...

O início do fim-de-semana. Mas sábado só trabalhei, domingo ensaio até às 3h da tarde para depois assistir a apresentação do pessoal de Artes do Corpo da PUC, "Mulheres de Rosa", uma peça com fragmentos da obra de Guimarães Rosa, com foco na relação de Riobaldo e Diadorim, de Grande Sertão: Veredas. Simplesmente animal, e emocionante por sentir a entrega vísceral com que o grupo estava fazendo aquilo. E a semana começa!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

...

"Liberdade pra mim é pouco, o que eu quero ainda não tem nome."
(Clarice Lispector)

PS: Toty, desculpa, mas não consegui não copiar seu post! Maravilhoso!

Conselhos do titio Andy

Não misture saquê, caipirinha de uva, vinho, cerveja, castanha-do-pará,
coca-cola e pisco! Não faz bem pra saúde e a ressaca é fenomenal! Ontem o
Rodrigo, que está passando um tempo em Sampa e dando um tempo de Manaus, nos
presenteou com uma festa no apartamento dele, e lá estava todo o bando de
mau-caráteres reunido novamente. Ponto alto da balada: a coreografia de
"Confortably Numb" ao som de Scissors Sisters! E como se a festa não
bastasse, uma esticada ao Funhouse até às 6h da manhã com minha parceira do
crime (melhor não citar nomes) e o Giuliano, em papos bebofilosóficos até o
último estágio!

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Desconstrução total


Não é nenhuma tese sobre Derrida, mas bem que vivemos numa época de total desconstrução das coisas e dos valores. Esta foto é de um presépio de Natal que estudantes da Universidade do Texas exibiram no início deste mês no saguão de um dos prédios do campus, onde o casal central não é Maria e José, mas sim Gary e Joseph, dando mais corda para a polêmica do casamento homossexual. O mais engraçado são os três magos: Lenin, Marx e Stalin, e a ovelhinha terrorista. Ok, ok, não tem nenhum menino-Jesus na manjedoura. E viva o questionamento da América! E viva o esquerdismo! E está declarada a guerra ao Natal!

Praia e sol


Férias! Holidays! Se tudo der certo, dia 26 devo estar descendo rumo à Santa Catarina, mais especificamente para o vilarejo da Guarda do Embaú, em busca de sol, praia, cerveja e um pôr-do-sol como o da foto, tirada há dois anos atrás no mesmo lugar. Tá chegando a hora de pensar na vida, fazer planos para o ano que vem e, como diz um amigo meu, morrer no dia 31 para nascer de novo no dia seguinte. Quem quiser, está mais do que convidado.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Licença poética


Teatro: "Zona de Guerra" de Eugene O'Neil

Eu tava triste, tristinho
Mais sem graça que a top model magrela da passarela
Eu tava só, sozinho
Mais solitário que um paulistano, que o canastrão na hora que cai o pano
Tava mais bobo que banda de rock,
que um palhaço do circo Vostok

Mas ontem eu recebi um e-mail
Era você de São Paulo, ou de Paris,
dizendo: nego, sinta-se feliz!
porque no mundo tem alguém que diz,
que muito te ama, que muito te ama, que muito muito te ama, que tanto te ama

Por isso hoje eu acordei com uma vontade danada
de mandar flores ao delegado
de bater na porta do vizinho e desejar bom dia,
de beijar o português da padaria

Zeca Baleiro - Telegrama
(com alguma licença poética, claro)

* * *

Dezembro chegou e chegou furioso. Do nada surge uma concorrência e um monte de trabalho na sua mesa. Espero que dê tudo certo e que o ano comece bem.

* * *

Ontem fui ver "Zona de Guerra", montagem teatral do texto de Eugene O'Neil na unidade provisória do SESC na Paulista. Boa - simples e previsível, mas boa. Pelo menos vai servir para a prova de história de teatro que tenho hoje. O texto com certeza adquiriu ares de dejà vu depois do World Trade Center e toda a discussão pós-contemporânea sobre terrorismo, privacidade e a margem da dúvida.

* * *

É, acho o cúmulo ter que fazer prova na minha idade. Com quase 30, a gente já tem bastante consciência do que sabe e do que não sabe.

* * *

Os ingressos para o Coldplay já estão esgotados. Em apenas 48 horas, ingressos para os três shows foram embora. E agora?

* * *

Meu, por que você não liga de volta hein? Cacete!

* * *

Quem topa ir pra Guarda do Embaú (Santa Catarina) passar o reveillon?

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Eeee

Olha. E não é que talvez eu ainda consiga ver Teatro Mágico e o Cordel do
Fogo Encantado em 2006?

CORDEL DO FOGO ENCANTADO - SESC POMPÉIA
15/16/17 de dezembro

TEATRO MÁGICO - SESC IPIRANGA
16 de dezembro

E dezembro chegou

Olha só, que cara estranho que chegou
Parece não achar lugar
No corpo em que Deus lhe encarnou
Tropeça a cada quarteirão

Não sabe nem pra onde ir
Se alguém não aponta a direção
Perigo nunca se encontrar
Será que ele vai perceber
Que foge sempre do lugar

Los Hermanos - Cara Estranho

* * *

Fim-de-semana agitado, mas usual, este que passou. Show dos Los Hermanos na
sexta-feira na Academia Brasileira de Circo. Estava com um cansaço
sobrehumano e um sono que não sei de onde saiu, e por isso não consegui
curtir tanto. Mesmo não sendo um fã de carteirinha, gosto do som deles e,
apesar de sempre parecer que eles tocam a mesma música do início ao final do
show, as letras são inteligentes e se aplicam a várias, mas várias,
situações cotidianas, tipo essa aí que postei acima, "Cara Estranho", que
parece ter sido escrita pra mim... Ou para você também. Mas a grande
surpresa do show foi a banda que abriu, Hurtmold, som lisérgico, próprio
para viagens pessoais. Curti bastante. Sábado passou calmamente, estudando
história do teatro e depois indo ao SESC para assistir "A Pedra do Reino"
pela segunda vez. Chego em casa e...

Eis que começam a chegar várias pessoas com cerveja na mão e quando dei
conta estava rolando uma festa lá em casa, desta vez tranquila... Imagino eu
(pelo menos não houve reclamações). D-Edge, piração, chegar em casa de
manhã, aquela coisa básica de todo fim-de-semana. Domingo de ressaca no sofá
da Rifi assistindo Grey's Anatomy e depois a última sessão de cinema com o
Mitch para ver "El laberinto del fauno" no Frei Caneca. E assim se foi mais
um fim-de-semana e assim vi começar o último mês do ano, que trouxe com ele
a lembrança de todas as coisas que prometi e não fiz neste ano... E
possivelmente nem vá mais fazer. Mas...

Sempre há esperança. Se existe uma coisa que não perdermos quando crescemos
é a vocação natural de ter esperança.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

O direito de nascer

Poderia ser a próxima novela da Globo mas foi um episódio isolado ocorrido
aqui no escritório, quando o Rodrigo quis matar uma mosca grávida. "Você já
viu uma mosca grávida?", ele pergunta. Eu respondo que não. "Quando ela não
voa é porque ela está pesada e grávida. Sai daqui, mosca nojenta", ele
responde tentando, a todo custo, acabar com a vida da pobre. Peço, imploro,
para que ele a deixe viver e criar seus filhotes, pois mesmo os bebês-mosca
têm o direito de nascer.

Quickdrop

O presidente enche a cara, trupica e dá vexame na Nigéria.

* * *

O Coldplay confirmou as datas em Sampa: 26 e 27 de fevereiro, na Via Funchal. Roger Waters todo mundo já sabe que vem. Agora também já se sabe que vem novamente a trupe do Cirque du Soleil com outro espetáculo, Alegria.
Além destes, alguns (digo, alguns) poderão se deliciar com Aerosmith, Bryan Adams e David Copperfield. E, esse eu recomendo, ainda vêm os caras do Blue Man Group, ducaralho. E a Cie enchendo o rabo de dinheiro.

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SuperCasas Bahia é o hype do momento!

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Comprei os ingressos para o show do El Perro del Mar no SESC Vila Mariana, pela bagatela de 3 reais. Se correr, ainda tem.

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Estou tentando ficar fluente em Los Hermanos, mas tá difícil. Só consigo ficar ouvindo "Samba a dois", nada mais.

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Mitch, parece que 2007 finalmente teremos Radiohead, também.

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A Folha consegue ser um jornal muito atrasado, quando quer. A capa da Ilustrada hoje diz "Profetas da eletrônica", falando sobre Skazi e Infected Mushrooms, os mestres do psytrance. Ah, poupe meus neurônios... Os caras desfilam pra lá e pra cá por terras brasileiras desde que Carmen Miranda deu o tico tico no fubá.

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Esse fim-de-semana estréia o esperado "O labirinto do Fauno", podem ir assistir que deve ser bão.

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Vai acabar o ano e não consegui ver nem Teatro Mágico nem Cordel do Fogo Encantado. Será que ainda vai rolar alguma apresentação?

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Estréia nesse fim-de-semana, nos EUA, o megablockbuster "Turistas", aquele filme de terror que já comentei aqui há algum tempo sobre um grupo de turistas americanos que vem passar férias no Rio, onde cariocas falam espanhol, e onde tudo é uma grande selva. O grupo é caçado e cruelmente assassinado por uma quadrilha de tráfico de órgãos. Afe.

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Cheiro do Ralo na lista de concorrentes no festival de Sundance? Ahn?