sexta-feira, maio 04, 2007
Antonio
Antonio precisava somente de seu quarto, luz apagada, um vidro de barbitúricos, uma garrafa de whisky, ficar sozinho para chorar. Sentia que não tinha mais volta. A felicidade da época de criança não seria recuperada. Ele se enveredara por caminhos profundos, mais danosos que choque entre trens, e sentia que não voltaria mais à época em que nada sabia, à época em que seus sentimentos eram sobretudo ingênuos e crentes. Estava preso à escuridão de sua própria consciência, de sua própria solidão, e dali não conseguia dar passo algum. Teria que se acostumar com a vida neste novo ambiente, e dali extrair pequenas alegrias.
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