sexta-feira, janeiro 26, 2007

Mutantes


Não nasci na década de 60 como desejado. Nasci no final dos anos 70. Não acompanhei a mutação de Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e Rita Lee, nem o desfecho da banda pouco tempo antes da minha mãe dar à luz. Portanto, não conseguia entender porque todo mundo considera "Os Mutantes" a melhor banda brasileira de rock de todos os tempos. Mesmo conhecendo e gostando muito de suas músicas, realmente não conseguia entender e torcia um pouco o nariz para isso. Mas ontem deu para entender. E melhor que isso, curtir uma banda que está definitivamente entre as melhores do país. Tudo bem, eles já estão velhos, a "loucura" agora é meio posée, mas o espírito está lá de qualquer forma. O show começou às 20h com a praça da Independência lotada - 20 mil, 50 mil pessoas, sei lá. As favoritas do público estavam lá: Panis et Circenses, Balada do Louco, Baby, El Justiciero, Virginia, Minha Menina. Mas melhor que cantar junto foi curtir a viagem distorcida e psicodélica daquelas guitarras, dançando feito criança nos morrinhos próximos à casa do grito, entre o povo que, animado, mantinha a ciranda girando. E as pessoas na sala de jantar continuam ocupadas em nascer e morrer.

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