quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Morte ao ego

"Devemos preservar os espaços da criação, os espaços do luxo e do pensamento, os espaços do superficial, os espaços da invenção do que ainda não existe, os espaços da interrogação de ontem, os espaços do questionamento. Eles são nossa bela propriedade, nossas casas, de todos e de cada um. As impressionantes construções da certeza definitiva, não nos faltam, paremos de construí-las. A comemoração também pode ser viva, a lembrança também pode ser feliz ou terrível. Temos o dever de fazer barulho. Nós devemos conservar no centro de nosso mundo o espaço de nossas dúvidas, o espaço de nossa fragilidade, de nossas dificuldades em dizer e em ouvir. Devemos ficar hesitantes, e resistir assim na indecisão aos discursos violentos ou amáveis dos indiscutíveis profissionais de lógicas econômicas, os conselheiros-pagantes, utilitários imediatos, os hábeis e os espertos, nossos consensuais senhores..."

Fragmento extraído do livro Du luxe et de l'impuissance (Do luxo e da impotência) de Jean-Luc Lagarce.

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