segunda-feira, novembro 13, 2006

Hora de voltar


Volver
con la frente marchita
las nieves del tiempo
platearon mi sien.

Sentir
que es un soplo la vida
que veinte años no es nada
que febril la mirada
errante en las sombras
te busca y te nombra.

Vivir
con el alma aferrada
a un dulce recuerdo
que lloro otra vez.

Tengo miedo del encuentro
con el pasado que vuelve
a enfrentarse con mi vida.


Nem sempre nos é dada uma segunda chance para resolvermos coisas que carregamos do passado. Pedro Almodóvar se dá esta chance, e a empresta a seus personagens. Eis um diretor falando com mais maturidade de assuntos que lhe são caros e que acompanharam sua carreira. Eis um diretor que vem com toda sua marca registrada e com algo mais neste filme. Uma sensibilidade, uma urgência, que conferem a este filme um valor seminal que leva a carreira de Almodóvar, novamente, a um passo além. É um filme sobre mulheres - sua força, sua garra, seus desejos e fraquezas. As parcas atuações masculinas só deixam aquela vontade de esganar esses seres acéfalos. Penélope Cruz em estado de graça, toda a naturalidade do mundo pairou sobre ela durante estas filmagens - no modo como ela retira o farelo de biscoito de cima da mesa enquanto come, ou enquanto faz compras e encontra as vizinhas na rua ou enquanto limpa uma lágrima que insiste em correr pelo canto olho e recupera suas forças para continuar vivendo. Um ótimo filme, cheio de humor, suspense e drama. Uma ótima forma de mostrar que, mesmo que você tenha uma segunda chance, as coisas não resolvidas geralmente perdem sua importância frente à possibilidade de estar novamente com aqueles que você ama.

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