domingo, setembro 10, 2006

Les Temps

Tudo bem, passei a semana inteira ouvindo Cardigans por causa do show e
agora, ainda por causa do show, não consigo parar de ouvir. Cardigans é
aquela coisa - não é uma banda sensacional, mas é fenomenal na sua
simplicidade e sutileza. Composições simples com letras que extraem toda a
força de situações cotidianas, dando corpo àqueles momentos que todos
vivemos e não conseguimos exprimir.

O show foi comedido em sua 1 hora e meia de duração, mas todas as músicas
que gostamos estavam lá. Faltaram algumas, ficou aquela sensação de quero
"muito" mais, mas valeu a pena.

A letra da música abaixo, por exemplo, parece uma tradução da minha lúcida
pessoa. Faço um monte de merda, piso na bola, beiro e extrapolo meus
limites, perco o controle dia sim dia não, e nos intervalos busco sempre a
razão. Algumas vezes eu aprendo, outras não, e continuo vivendo, cheio de
experiências que valem muito a pena para mim, e para mim elas bastam. Viver
o desconhecido a cada dia. Me arrependo? Não sei. O resto? ... I don't think
I can learn. Minha vida não tem manual, e quem não tem manual não sabe se
tem defeito de fabricação.

O feriado foi produtivo, bastante produtivo. Compras para casa - agora já
temos quadros, plantas, nova disposição, finalmente o espaço começa a ter
cara de casa. Conforto. Isso é bom. Assisti "A dama na água" e... Gostei. É
aquela coisa Shyamalan, mas é gostoso de ver - a história é uma viagem, mas
se você for assistir, se entregue à fábula e extraia a mensagem subliminar
do filme, que vale a pena. Sexta-feira corrida - Ceasa, Santa Ifigênia,
chopp no bar do Léo, Tok&Stok, Evolukit, plantar as mudas, instalar os
móveis, emoldurar e pendurar os quadros, correr para o Tietê para pegar o
ônibus para Bragança, chegar no sítio de noite.

Churrasco em família no sábado. Muito bom ter a segurança da família, estar
com pessoas que te adoram desde sempre e aquela sensação triste de que nada
dura para sempre. Tios, tias, primos e primas. Piscina gelada, muito gelada.
Ficar bêbado com uma garrafa de vinho e ver o pôr-do-sol na montanha deitado
na rede e ouvindo New Order no iPod com aquela sonolência que só uma garrafa
de vinho pode proporcionar. Acordar de noite com sua cachorra lambendo seu
rosto. Nada de muito, nada de pouco, nada demais. Tudo na medida do
possível. Engraçado como essa frase adquiriu outros significados para mim
nos últimos tempos. E quem é que mede o possível, se não nós mesmos?

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