terça-feira, março 06, 2007

Rio de Janeiro

Depois de um carnaval mais do que tranquilo, restava alguma esperança de poder curtir o samba no pé e ter resposta àquela pergunta, "onde você foi no carnaval?". Muito mais do que isso, a razão que me levava ao Rio não era tão boa assim: a mudança de uma amiga que adora aquela cidade e que, por força do destino (mais forte que o Katrina), foi trabalhar em terras cariocas. Esse post poderia ser sobre as maravilhas do Rio... sobre a sensação de estar na Lapa e fazer parte daquela malandragem gostosa e sem tamanho que é marca registrada do carioca; ou a sensação de estar em Ipanema e aplaudir a ida do sol, que cedia gentilmente espaço para a noite; ou ainda os botecos intermináveis que preenchem as ruas arborizadas, a simpatia local cheia de uma malandragem facilmente burlada e enganada pelos paulistanos sem alma e coração. Ou ainda sobre o desfile do Monobloco que reuniu 70 mil pessoas em Copacabana e, mesmo sob todos meus protestos de ficar correndo atrás de um trio elétrico com pessoas empurrando e um sol de 40 graus queimando meu cucuruto, não ter como ficar insensível ao ver todas essas pessoas pulando e cantando "Fio maravilha, nós gostamos de você" em uníssono. Podia falar ainda da sensação indescritível de pular de asa-delta pela primeira vez, da Pedra da Gávea à São Conrado em 15 minutos de puro êxtase com aquela vista espetacular, com o Cristo nos acenando um tremendo "tomem cuidado". E como esquecer os momentos inesquecíves da nossa volta para São Paulo - Mikie, Michel, Jussi, Tuomas e eu - curtindo toda a trasheira 80's nacional e internacional, vendo os finlandeses dançar Kaoma com a maior empolgação e classificarem esta como a melhor música brasileira de todos os tempos. Cada vez que chego no Rio me esqueço porque desgosto tanto daquela cidade - toda a imagem "jornal nacional" que tenho dela se apaga tão logo eu entre em uma ruazinha de Botafogo ou Copacabana, aquelas pequenas veias que nos remetem tão diretamente ao espírito brasileiro. E você esquece que está em uma das cidades mais violentas do país, porque é esse o espírito do Rio. Ele te transcende. Mas não, não é sobre isso que eu queria falar. Queria falar sobre amizade. É, amizade.

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O Homem-de-lata estava lembrando como Doroty entrou na sua vida e todas as coisas pelas quais passaram e que os tornaram tão amigos. Ela agora está lá no Rio, curtindo tudo aquilo que ela sempre esperou, e ele está tremendamente feliz por ela. Ele está aqui em Sampa, curtindo as mesmas coisas que sempre fez e recebendo ventos de mudança. E isso é bom também. As mudanças acontecem para quem vai e para quem fica, como latia totó. Doroty é daquelas meninas que levantavam cedo para ir acompanhar o homem-de-lata na 25 de março comprar coisas para sua casa nova. Doroty fez o Homem-de-lata se apaixonar por Grey's Anatomy e acompanhá-la a incontáveis shows do Monobloco. Juntos eles viram barcos baterem, bêbados gritarem "tocando em frente" para o Renato Teixeira, outros amigos partirem para longe, pegando outro trecho da estrada dos tijolos dourados. Juntos eles encararam 5 sessões de cinema em um único dia, nas maratonas das mostras de cinema. Por causa dela, o Homem-de-Lata conheceu pessoas fantásticas, em vários cantos do país. Os dois já piraram muito com devaneios profissionais nos bares da Augusta. Fora todas as peças mico que ele a levou para assistir. A passeata em que ninguém compareceu, só os dois perdidos na praça da Sé. E é tanta coisa que fica difícil narrar. E tudo o que o Homem-de-Lata pode dizer à Doroty é: "continue percorrendo o caminho dos tijolos dourados. Eles vão te levar para casa", pois sei que "casa" é aquele lugar onde queremos tanto estar.

3 comentários:

Stela disse...

Já te liguei e disse o mico que eu tô pagando, né???
Na salinha da web do flat... Com a cara do tamanho de uma melância...
Sem contar que o resto dos usuários da salinha devem achar que eu estou doida, primeiro pq fico cantarolando a maior diversidade de músicas que podem sair de uma boca (desde funk até ópera), daí abro o berreiro e num paro nunca mais... Eu já tava com uma saudade do tamanho do mundo, e agora parece que ela triplicou de tamanho... Muuuuuuuuuito Obrigada... Torço muito que o mesmo caminho de tijolos de ouro que me levou até você e me trouxe até o Rio termine num lugar onde possamos estar todos pertos de novo... Te Amooooooooooooooooooooooooooo Muuuuuuuuuuuuuito!!! Sexta estou aí pra te abraçar e dizer pessoalmente o tanto que isso q vc escreveu foi importante pra mim!!!

Bjks da Dorothy

Michel Simões disse...

Homem-de-lata abriu seu coração e matou a pau, puta post!!!!

E a Dorothy é estrela que ilumina nossa companhia!!!


bjs,
Leão

Mikie disse...

Caramba André,

Chorei aqui também, que texto lindo, que declaração de amor e amizade surpreendentes.

PS: Como latia Totó...hahahahahahahaha Já disse que prefiro ser a bruxa...na verdade, encontrei outro melhor ainda: O mágico de oz.
hahahahahaha

Beijos
Mi