quarta-feira, outubro 25, 2006

O fim de uma era


Há quase três anos atrás, me lembro bem era janeiro, meados do mês, conheci essa guria que, vou admitir, não gostei logo de cara. Ela e as outras duas que estavam na mesa pareciam tão patricinhas que nem me daria ao trabalho de iniciar qualquer conversa. Era eu quem estava de fora, em uma festa onde não conhecia ninguém e de onde queria rapidamente pular fora. E o que posso dizer é que esta festa resultou em três anos imprevisíveis e cheios de situações memoráveis e também em grandes e doces e belas amizades. E agora, vendo você ir embora assim, vejo que chegamos ao fim de uma era. E agora, assistindo todos da nossa turma passando por tantas transformações e mudanças, vejo realmente que novos tempos estão chegando.

Ainda lembro como se fosse hoje do primeiro aniversário da S2 que vocês foram, dos 450 anos de São Paulo e das intermináveis programações, a procura de emprego aqui na megalópole já que você queria tanto voltar para cá, deixando Sorocaba só para ocasionais finais de semana. Lembro da gente procurando apartamento e viajando na maionese achando que éramos filhos de barões do café ou alguma coisa do tipo para querer morar em uma cobertura no Conjunto Nacional. Lembro também dos namoros, das festas lá em casa, ainda no apartamento da Pompéia quando você atacou meu licor de pequi. Lembro da canoa havaiana, picada de abelha, temporada Monobloco no Blen Blen, da fase surfista, da fase boxeadora, da fase piauiense. Ah, lembro dos surtos de virar na sexta-feira e achar de ir passar o fim-de-semana em Florianópolis – ah, são 7 horas de viagem, rapidinho – e o melhor era chegar lá, no sábado de manhã e ir direto dar um mergulho na praia mole.

Lembro do carnaval, das baladas intermináveis, de jumps e jumps e jumps dados em tanta gente. E quanta gente veio e se foi, quanta gente passou. Just like Rolling Stones. E como poderia esquecer de São Tomé? Morro das Pedras? Aposto que pouca gente já fez competição da língua mais vermelha depois de comer Pitaya no Mercadão. Amizade boa é assim, improvisada – simplesmente acontece e daí saem os melhores momentos e você não precisa seguir nenhum roteiro. De repente um surta daqui, outro surta de lá, sumia, aparece, não quer falar com ninguém – e todos os momentos foram respeitados e no final, nada mudou entre a gente.

E agora Austrália. “Moço, por favor, me vê a passagem pro lugar mais longe que tiver”. E lá vão acontecer coisas maravilhosas, você vai encontrar pessoas surpreendentes e com certeza vai carregar mais um monte de estórias inenarráveis que, como as nossas, só quem viveu pode contar. E o que mais posso desejar para você a não ser que você arrase naquele lugar – que viva tudo o que gente viveu por aqui e muito mais, e que se faça o propósito de ser feliz todos os dias e encontre o que você está procurando. E se precisar já sabe... posso demorar um pouco mais para chegar, mas vou lá te buscar (tem o lance da grana, passagem cara, não é ali em Floripa, mas a gente tenta mesmo assim). E como eu disse, estamos entrando em uma nova era. Queria dar um pulinho ali no futuro para ver como serão os próximos capítulos, mas vamos deixar eles lá. Algo me leva a crer que eles serão muito bons.

Boa viagem guria! Você vai fazer falta, mas ok, vou ser bonzinho com os australianos e ceder você um pouquinho para eles! Que comece o próximo round!

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